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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

suficiente mais, ou menos

- que horas são?
- é tarde.
- muito tarde?
- o suficiente
- suficiente mais, ou menos?
- depende do que estiveres a falar. do fim da noite ou do principio da madrugada.
- suficiente mais...
- sem olhar para trás. nunca me surpreendeste.
- não precisas magoar-me
- não precisas da sinceridade, queres dizer.
- nunca apreciei a sinceridade. é apenas uma palavra entre olhares.
- o que vês no meu olhar?
- pouco. és como um pano cru quando fitas o chão.
- que horas querias que fossem?
- não respondeste á minha pergunta.
- eu respondo a todas as tuas perguntas. é o que tenho feito desde sempre.
- tu nunca respondes ás minhas perguntas.
- se é isso que pensas.
- os homens são tão minimalistas que chegam a ser exasperantes.
- não confundas bom senso com minimalismo. nem sempre a retirada significa a assumpção da derrota.
- e um milhão de retiradas podem nem significar uma guerra.
- poupa-me as palavras vagas.
- ao menos uma vez podias dizer que me odeias.
- e se dissesse que te amo?
- negá-lo-ia.
- porquê?
- para te ouvir dizê-lo de novo. soa mais sincero da segunda vez.
- ?
- e se o voltasses a repetir soaria a uma desesperada tentativa de credibilidade.
- ás vezes não sei do que falas.
- como quem procura apanhar uma sombra entre os dedos?
- o jogo foste tu quem o inventou. não me parece justo que escondas as suas regras.
- se soubesses as regras não fazia sentido disputarmo-nos.
- és capaz de ter razão, mas neste jogo quem é o jogador e quem é o peão?
- jogador e peão, á vez, de acordo com o impulso.
- o melhor é jogar.
- sim, é hora certa.


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